sábado, 29 de junho de 2013

Brassagem da 12ª Leva - Nórdica Porter

No dia 29 de junho brassei a minha 12ª leva, a Nórdica Porter, terceira cerveja que faço nesse estilo. Pela primeira vez fiz alguns registros dos principais momentos do processo de produção. Comecei ainda na quinta-feira, com a moagem do malte. Na sexta, busquei água do poço do Tênis Clube Getuliense, e, finalmente, no sábado, fiz a cerveja. Comecei as 9 horas da manhã e terminei próximo das 16h.


A moagem é feita em um moinho de rolos, girado no braço. Levei 1 hora para moer aprox. 7kg de malte.
Foram usados maltes tipo pilsen, importado da Alemanha; special B, biscuit,
 cara 120 e chocolat, importados da Bélgica. Todos eles, assim como o restante 
da matéria prima, comprados na We Consultoria, de Porto Alegre
Malte e água, conhecido como mosto. 20L de água  e 7kg de malte.



Procurei manter a temperatura da mosturação na faixa dos 66-68 graus C, por 90 min, a fim de
obter uma cerveja equilibrada. Não muito seca nem muito encorpada.


Depois de fazer a mosturação, fiz a recirculação do mosto, por 20min,
 a fim de deixá-lo mais limpo, ou seja, com menos farelo do malte.

Recirculação...

Logo após, a filtragem, para separar o líquido dos grãos. O filtro que eu uso é uma malha 
de aço acoplada na parte interna da torneira. Chama-se bazooka. É um método bastante eficiente.
Em seguida, faz-se a lavagem dos grãos. Utilizei 20L de água na temperatura de 80 graus C.

 Fervi o mosto por 1h. Adicionei 20g de lúpulo de amargor (usei o lúpulo norte-americano Galena)
 no início da fervura, e 20 g do lúpulo inglês Fuggles faltando 5min para o final.

Resfriei o mosto utilizando um chiller de cobre. Passa-se água fria por dentro dele, enquanto 
fica imerso no mosto. Abaixei a temperatura para 25 graus C em 35min.

 
Enquanto isso, hidratei o fermento US-05 em uns 150ml de água a 25 graus C. Pode-se dizer que o fermento é o ingrediente principal da cerveja. Sem ele, teríamos um fermentado ruim, praticamente intragável. Existe um estilo de cerveja em que a fermentação é espontânea, sem fermento. Chama-se Lambic. Mas é apenas uma exceção. 

Após resfriado o mosto, passei ele para o balde de fermentação, e adicionei o fermento.
É importante fazer uma aeração nesse momento, para que haja oxigênio para o fermento trabalhar. 
É um assunto controverso... alguns cervejeiros dizem que não há necessidade, por conta de o fermento seco ter nutrientes suficientes, sendo dispensada a aeração. Na dúvida, prefiro fazê-la.

Agora a sorte foi lançada. O fermentador está lacrado, com 20L do precioso líquido. 
Vai ficar 10 dias fermentando, e mais 10 maturando. Após, será engarrafado,
 para ficar mais 20 dias maturando dentro da garrafa.

E, depois de tanto trabalho, nada mais justo do que relaxar degustando uma Nórdica Mild Ale! 



Nota-se que é um processo bastante cansativo e trabalhoso. Precisa ter um grande cuidado com a higiene e com a sanitização, principalmente após a fervura. Qualquer sujeira, saliva, mofo, ou coisa parecida é capaz de estragar a cerveja, deixando-a azeda e intragável. Utilizo iodo para fazer a sanitização. Após devidamente lavado o equipamento, sanitizo com uma solução de 1ml para cada L de água.
Enfim, depois de mais de 8 horas de trabalho (sem contar com a próxima fase, que vai ser o envase), tenho 20L de cerveja fermentado. Agora, resta aguardar, ansioso, até que ela fique pronta, para poder, finalmente, degustar a esperada Nórdica Porter!













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